Resumo
A habitação é uma fonte de acumulação de riqueza, transferências intergeracionais e mobilidade social. É decisiva não só para a prosperidade e o bem-estar, mas também para a forma como se estruturam as desigualdades dentro e entre gerações. No sul da Europa, a habitação tem um alto valor cultural e a família desempenha um papel fundamental na posse de habitação.
O aumento da riqueza habitacional afeta as oportunidades futuras de habitação para as famílias e gerações, tendo impacto no Estado Social e nas condições dos futuros idosos e pensionistas.
Apesar disso, a investigação sobre como o acesso reduzido à habitação afeta as diferentes gerações e o bem-estar das mesmas, principalmente no sul da Europa, é ainda escassa. Apesar da literatura muito limitada sobre a Geração Z, esta parece ser considerada a geração da esperança. Estes jovens, nascidos entre o final da década de 1990 e o início dos anos 2000, cresceram num contexto marcado por recessões económicas, novas guerras, crise ambiental, incertezas laborais, uma profunda crise da habitação, os efeitos da pandemia COVID-19 e, em muitos casos, a experiência de viver em famílias monoparentais. Confrontados com estas instabilidades, a procura por segurança tende a assumir um papel central nas suas trajetórias de vida.
Apesar das diferenças entre a Geração Z e os Millennials e as implicações importantes para a habitação, nenhuma investigação foi realizada nesta área.
O Projeto Housing4Z responderá a quatro perguntas de investigação:
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Como é que a habitação está a alterar as desigualdades intergeracionais e como afetará isso as gerações mais jovens, em particular?
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Como é que as mudanças no sistema de habitação afetam a desigualdade e o bem-estar intergeracional?
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Quais são as experiências da Geração Z em termos de preferências de habitação, restrições, oportunidades e privações?
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Que recomendações devem ser implementadas para mitigar novas desigualdades de habitação intergeracionais?
